Até sexta-feira (16), 3.885 pessoas morreram de Covid-19 e 162.568 casos da doença foram confirmados.
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou nesta segunda-feira (19) a reabertura gradual do comércio da cidade. Academias, bares, restaurantes, parques e shoppings vão poder reabrir as portas a partir de quinta-feira (22). Missas e cultos presenciais também estão permitidos, desde que sigam os protocolos de saúde. (Veja abaixo o que pode funcionar a partir de quinta-feira)
O anúncio foi feito depois de três dias de reuniões a portas fechadas com o Comitê de Enfrentamento à Covid-19.
A decisão foi baseada na queda dos índices da ocupação de leitos de UTI e também de enfermaria. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), nesta segunda-feira (19), eles estão em 81,1% e 58,9%, respectivamente.
“O que esta reabertura vai provocar, nós não sabemos, mas pelo que tudo indica, pelos jovens que estão sendo atingidos, pela ameaça aos filhos, amigos, de 29, 28, 27 e 23 anos, não vamos brincar com essa pandemia”, disse Kalil.
De acordo com ele, Belo Horizonte é a cidade com a menor taxa de mortalidade entre os municípios de grande porte do país, 149,5 entre 100 mil habitantes.
As escolas municipais de ensino infantil, para alunos entre 0 e 5 anos de idade, voltam a funcionar a partir do dia 26 de abril. A capital era a única da Região Sudeste do país sem aulas presenciais desde o início da pandemia.
A prefeitura assinou, na última semana, um contrato no valor de R$ 5.924.521,50 para a compra de uniformes escolares.
O extrato do contrato, assinado pela Secretaria Municipal de Educação (SMED) com a empresa Sonar Comercial LTDA e publicado no Diário Oficial do Município da última quinta-feira (15), prevê a aquisição e entrega de camisas, bermudas ou short-saias e jaquetas escolares.
O termo foi assinado no dia 13 de abril, com prazo até 31 de dezembro deste ano.
Na última semana, o Ministério Público de Minas Gerais recomendou ao prefeito Alexandre Kalil a elaboração de um protocolo completo para o retorno gradativo das aulas presenciais.
O órgão ainda deu 15 dias para que o prefeito indique todas as medidas administrativas adotadas em relação a políticas públicas para alunos e corpo docente da rede municipal, entre os anos de 2020 e 2021, especialmente as de inclusão digital e fornecimento de equipamentos eletrônicos.
Para a 25ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação de Belo Horizonte, há uma “ruptura drástica do direito à educação” na capital durante a pandemia, “com ausência de ensino remoto uniforme e ausência de ensino híbrido”.
Loja de Belo Horizonte coloca cartaz criticando o conceito de “serviços essenciais”, que nortearam o fechamento do comércio durante vários momentos da pandemia na cidade. — Foto: Cristina Moreno de Castro / Indicadores melhoram, mas situação segue grave
Depois de mais de 40 dias de fechamento, BH já começa a ter um alívio nos indicadores de monitoramento da Covid-19. O número de transmissão por infectado, que chegou a 1,27 no dia 11 de março, no alerta amarelo, caiu para 0,90 nesta segunda-feira (19), último dado divulgado.
A taxa de ocupação de leitos de enfermaria, que também chegou ao alerta vermelho, está no alerta amarelo, com 58,9%.
A ocupação de leitos de UTI é que continua sendo o grande gargalo: o indicador segue em alerta vermelho, com 81,1% de ocupação. No mês passado, as unidades de terapia intensiva chegaram a registrar fila de espera.
Apesar de a prefeitura negar a fila, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da capital mineira chegou a afirmar que havia 200 pacientes aguardando uma vaga em UTI no SUS, e que foram registradas mortes por falta de assistência adequada.
A prefeitura disse que, só em março, o número de leitos UTI Covid na rede pública subiu de 293 para 570.
Apesar da melhora dos indicadores, Carlos Starling, infectologista que integra o comitê, enfatiza que este ainda é o pior momento da pandemia. “O último mês foi um dos períodos mais críticos desta epidemia. A gente já sabia que março e abril seria barra pesadíssima”.
O ponto que pode ser decisivo para a reabertura ou não neste momento é a disponibilidade de insumos, avaliou Starling.
“O ponto crítico do momento é a disponibilidade de insumos. Se você tem um pouquinho de folga na UTI, não tem de insumos. Qualquer aumento que tiver é fatal para quem tiver que ir para o hospital. Aumentar ocupação é um risco”.
Relembre o vaivém do fechamento de BH
- 8 de abril de 2020 – É anunciado o primeiro fechamento geral da cidade
- 22 de maio de 2020 – Acontece a primeira flexibilização
- 5 de junho de 2020 – Segunda etapa da flexibilização
- 26 de junho de 2020 – Tudo volta a fechar de novo
- 6 de agosto de 2020 – Cidade volta a reabrir, inclusive shoppings e salões de beleza
- 20 de agosto de 2020: praças que estavam fechadas com grades são reabertas
- 29 de agosto de 2020 – Bares e restaurantes voltam nos fins de semana e seis parques reabrem pela primeira vez
- 31 de agosto de 2020 – Academias e clínicas de estética voltam, além de bares à noite e com álcool
- 18 de setembro de 2020 – Clubes reabrem pela primeira vez, além de feiras e bares durante a semana
- 3 de outubro de 2020 – Amplia ainda mais funcionamento de bares e restaurantes
- 31 de outubro: Cinemas, teatros e casas de shows são liberados
- 4 de dezembro de 2020 – Proíbe venda de álcool nos bares de novo
- 11 de janeiro de 2021 – BH volta a fechar totalmente
- 1º de fevereiro de 2021 – Quase tudo reabre de novo
- 18 de fevereiro de 2021 – Parques de diversão são autorizados a funcionar
- 5 de março de 2021 – Tudo fecha de novo
- 19 de abril de 2021 – Nova reabertura
Veja o que pode funcionar a partir de quinta-feira:
- Todo o comércio varejista “não essencial” – segunda a sábado, de 9h a 20h
- Atividades autorizadas que estejam em funcionamento dentro de galerias de lojas e centros comerciais – segunda a sábado, de 9h a 20h
- Atividades autorizadas que estejam em funcionamento dentro de shoppings – segunda a sábado, de 10h a 21h. OBS.: domingo, somente para retirada de produtos em drive-thru, sem restrição de horário
- Restaurantes, cantinas, sorveterias, bares e similares, inclusive no interior de galerias e shoppings, e com consumo no interior – segunda a sábado
- Padarias e lanchonetes, com consumo no local – todos os dias, de 5h a 22h
- Atividades em drive-in – todos os dias, de 14h a 23h59
- Academias e afins, inclusive dentro de galerias e shoppings – sem restrição de horário
- Clubes de lazer – sem restrição de horário
- Cabeleireiros, manicures e pedicures – sem restrição de horário
- Atividades e clínicas de estética – sem restrição de horário
- Museus, galerias de arte e exposições – sem restrição de horário
- Cinemas, inclusive em shoppings – sem restrição de horário
- Teatros públicos ou privados licenciados, com público sentado – horário licenciado
- Feiras, exposições, congressos e seminários – horário licenciado
- Feiras organizadas pela prefeitura, como as da Bernardo Monteiro e da Afonso Pena – nos horários de sempre
- Comércio atacadista da cadeia de comércio varejista autorizada a funcionar, exceto atacadista de recicláveis – segunda a sábado, de 5h a 17h
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