Time demonstra a já conhecida vocação ofensiva e arrumação coletiva em empate contra o La Calera, mas repete erros em bolas aéreas e perde a concentração em momentos importantes da partida.
Fragilidade nas bolas aéreas, alto número de gols sofridos e dificuldade de manter a concentração do início ao fim das partidas.
Se um tropeço na Libertadores é o suficiente para levantar questionamentos sobre uma equipe, esses são três pontos fracos indiscutíveis do Flamengo não somente no 2 a 2 com o Union La Calera, no Chile, como neste início de temporada. E foram esses erros recorrentes que impediram que os pontos fortes, como a vocação ofensiva e impositiva mesmo fora de casa, resultassem em classificação antecipada para as oitavas de final.
A exibição no campo de grama artificial do La Calera foi condicionada pelo erro triplo de Bruno Viana logo no início. Fosse outra situação, o zagueiro até poderia justificar falta de adaptação ao piso sintético ou estar deslocado para o lado esquerdo, mas foram três vacilos grosseiros que resultaram no gol que comprometeu o primeiro tempo rubro-negro.
La Calera x Flamengo
- Posse de bola: 29% x 71%
- Finalizações: 6 x 15
- Passes trocados: 266 x 654
- Escanteios: 3 x 6
- Faltas cometidas: 12 x 7
Viana recuou mal para Gabriel Batista, protegeu mal quando recebeu a bola de volta e fez a escolha errada ao tentar mais um passe errado para Filipe Luís. Equívocos que fizeram com que o Flamengo tivesse que correr atrás do placar antes mesmo de entender como a bola corria ou quicava no gramado do Estádio Municipal Nicolás Chahuán Nazar.
O que se viu em campo no primeiro tempo foi um Flamengo que em nada lembrou o time que vinha de seis vitórias consecutivas. Estava espaçado e sem a dinâmica habitual na saída de bola que empurra o adversário para sua defesa. O gol contra de Willian Arão após cobrança de escanteio piorava o placar, mas dentro de campo acabou tendo o efeito de recolocar o time na partida.
Erro de Bruno Viana condicionou atuação do Flamengo no Chile — Foto: Staff images / Conmebol
Em vantagem, o La Calera se fechou, deu campo, e o Flamengo conseguiu avançar suas linhas de defensivas. Diego e João Gomes participavam efetivamente da tentativa de construção de jogadas, mas a verdade é que o gol de Gabriel em pênalti sofrido por Everton Ribeiro caiu mais como um presente para uma equipe carente de criatividade.
Este, por sinal, é um ponto a ser explorado. O Flamengo não fez um jogo ruim no Chile, em especial depois de estar dois gols atrás no placar, mas a arrumação coletiva a partir de então não ecoou no talento individual tão determinante para um dos times mais temidos das Américas.
Melhores momentos: Unión La Calera 2 x 2 Flamengo, pela 4ª rodada da Libertadores
Essa foi uma realidade que pouco mudou no segundo tempo. Logo no início Rogério Ceni se mandou para o ataque: trocou João Gomes por Pedro. E a presença nula do La Calera no campo ofensivo indicava um time bem postado dentro de campo.
Com Diego Ribas, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique, Pedro e Gabigol, Gabriel Batista só trabalhou em uma cobrança de falta e fez valer muitas vezes o motivo de sua escolha para o lugar de Diego Alves: a qualidade com os pés. O goleiro foi praticamente o líbero de um time que amassou o La Calera, mas criou pouco.
Willian Arão comemora gol de empate do Flamengo — Foto: Staff images / Conmebol
Boa parte das sete finalizações nos 76% de posse de bola da etapa final surgiu de cruzamentos na área ou chutes de fora. Tanto que Willian Arão empatou de cabeça após escanteio cobrado por Arrascaeta.
Entre pontos fortes e fracos, o Flamengo volta ao Rio com lições de casa a cumprir. A vocação ofensiva e a arrumação coletiva da equipe estão evidentes, mas não têm sido suficientes para torná-la equilibrada e segura.
O próprio Ceni disse que em mata-mata é perigoso. Pois então, já é. Sábado tem Fla-Flu, tem final, tem mata-mata.
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