Segundo a Anvisa, investigação sobre morte de gestante de 35 anos levou à suspensão do uso da vacina AstraZeneca. Secretário municipal de Saúde do Rio disse que, além de comorbidade, grávida devem ter ‘indicação médica expressa e detalhada’ recomendando a vacinação.
A Prefeitura do Rio retoma nesta quarta-feira (12) a vacinação contra a Covid de grávidas e puérperas com comorbidades (mulheres que acabaram de dar à luz), que havia sido suspensa na terça-feira (11).
Mas, por orientação do Ministério da Saúde, serão aplicadas no Rio as vacinas Pfizer e CoronaVac, de acordo com a disponibilidade de doses (veja abaixo a nota enviada pela Secretaria Municipal de Saúde).
Até a publicação desta reportagem não havia informações sobre a vacinação desses dois grupos no estado nesta quarta-feira.
Assim como o Rio, Belo Horizonte também vai retomar a imunização de grávidas e puérperas com comorbidades nesta quarta.
Gestantes devem ter indicação médica
Em entrevista ao Bom Dia Rio, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que somente grávidas com comorbidade e com indicação médica expressa e detalhada devem ser imunizadas nesse momento porque “ainda tem que se avaliar o risco/benefício da vacinação de grávidas”.
Soranz explica que a Pfizer, a CoronaVac e a AstraZeneca ainda não têm todos os testes necessários para gestantes.
“Mesmo a vacina da Pfizer ainda não tem todos os testes completos para gestantes. Então, aqui no Rio de Janeiro, o médico deve avaliar se aquela gestante deve fazer a vacina ou não. O médico que está fazendo o pré-natal deve ver a comorbidade que ela tem e considerar o risco de ela ter Covid grave com o risco de ela fazer a vacinação”.
O secretário explica que o médico precisa preencher uma declaração médica recomendando a vacinação.
“E a gestante, também aqui na cidade do Rio de Janeiro, assina uma declaração de que ela conhece os riscos daquela vacina”.
Segundo Soranz, a capital não tem, no momento, nenhuma grávida no prazo para tomar a segunda dose de AstraZeneca. Segundo ele, só daqui a um mês elas devem retornar ao posto e, até lá, a expectativa é que o Ministério da Saúde já tenha uma recomendação mais objetiva sobre o assunto.
Soranz disse ainda que o Ministério da Saúde já está reservando em seu almoxarifado central a segunda dose da vacina da Pfizer para evitar desabastecimento nos municípios.
“A segunda dose vai ser enviado por eles [Ministério da Saúde] na época correta de vacinação, que foi definida no Brasil para 12 semanas”.
Suspensão da Anvisa
Na noite de segunda-feira (10), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu uma nota recomendando a suspensão imediata da aplicação da vacina AstraZeneca em grávidas, uma vez que a prescrição atual do fabricante não recomenda o uso desta vacina em grávidas sem orientação médica.
Para receber os imunizantes recomendados para grávidas ou puérperas com comorbidade, é necessário apresentar laudo médico detalhado justificando a recomendação e avaliação da relação risco-benefício para a vacinação, além da assinatura do termo de esclarecimento disponível em coronavirus.rio/vacina.
Após a recomendação da Anvisa, Estados e prefeituras mudaram a vacinação de grávidas.
- Anvisa recomenda suspender vacinação da AstraZeneca em grávidas
- Após recomendação da Anvisa, Estados e prefeituras mudam vacinação de grávidas
- Investigação sobre morte de gestante de 35 anos levou à suspensão do uso da vacina AstraZeneca, diz Anvisa
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Investigação sobre morte de gestante
A Anvisa informou em nota, na terça-feira (11), que a recomendação para suspender a aplicação da vacina AstraZeneca contra Covid-19 em grávidas foi feita pelo órgão após a notificação da morte suspeita de uma gestante de 35 anos.
“Foi notificada à Anvisa, na última sexta (07 de maio de 2021), pelo próprio fabricante da vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, a Fiocruz, a suspeita de evento adverso grave de acidente vascular cerebral hemorrágico com plaquetopenia ocorrido em gestante e óbito fetal”, informou a Anvisa.
A gestante morreu em 10 de maio e o caso ainda é investigado. Segundo a Anvisa, o “evento adverso grave de acidente vascular cerebral hemorrágico foi avaliado como possivelmente relacionado ao uso da vacina administrada na gestante”.
Nota da SMS
“A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informa que retomará nesta quarta-feira, 12 de maio, a vacinação contra a covid-19 de gestantes e puérperas com comorbidade. Por orientação do Ministério da Saúde, serão aplicadas apenas as vacinas Pfizer e CoronaVac, de acordo com a disponibilidade. Para receber a aplicação, é necessário apresentar laudo médico detalhado justificando a recomendação e avaliação da relação risco-benefício para a vacinação, além da assinatura do termo de esclarecimento disponível em coronavirus.rio/vacina”.
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