Renda mensal média das famílias mais ricas foi de R$ 15,8 mil, enquanto metade das pessoas com os menores rendimentos contava com, apenas, R$ 453. Embora permaneça excessiva, desigualdade econômica teve queda no país diante da pandemia.
Dados divulgados nesta nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2020, a parcela de 1% da população brasileira com maior renda mensal ganhava, em média, 34,9 vezes mais que metade dos brasileiros com o menores rendimentos.
Segundo o levantamento, no ano passado o rendimento médio domiciliar per capita dos mais ricos foi de R$15.816, enquanto a renda média do grupo mais pobre foi de R$ 453.
Apesar da diferença expressiva, o país viu, em meio à pandemia da Covid-19, serem reduzidas a concentração de renda e a desigualdade econômica entre a população.
Em 2019, ou seja, antes da crise sanitária global, essa diferença entre o rendimento dos mais ricos e mais pobres era de 40 vezes – a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
A queda da concentração de renda refletiu no Índice de Gini, que mede a desigualdade econômica. O indicador caiu de 0,544, em 2019, para 0,524, em 2020 – quanto mais próximo de zero, maior a igualdade de renda entre a população do país.
Segundo o IBGE, essa foi a maior queda do índice desde 2012, quando teve início o levantamento.
Desigualdade na concentração de renda cai no Brasil diante do pagamento do auxílio emergencial — Foto: Economia/g1
De acordo com a analista da IBGE, Alessandra Scalioni, a discreta redução da desigualdade econômica no Brasil guarda relação direta com o Auxílio Emergencial, programa social do governo federal, criado para socorrer a população mais vulnerável do país diante dos efeitos provocados ela pandemia.
“Houve uma piora do mercado de trabalho. Muita gente perdeu ocupação, mas o Auxílio Emergencial segurou quem tinha rendas domiciliares menores. Isso tornou a distribuição de renda do país menos desigual”, apontou a analista da pesquisa, Alessandra Scalioni.
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Regionalmente, o Nordeste manteve o maior índice de Gini entre as regiões (0,526), seguido por Sudeste (0,517), Centro-Oeste (0,496) e Norte (0,495). O Sul permaneceu com o menor indicador da série o menor (0,457).
Na comparação com 2019, a desigualdade medida pelo Gini se reduziu em todas as regiões, com destaque para Norte e Nordeste.
Já a massa de rendimento mensal real domiciliar per capita foi de R$284,6 bilhões em 2020, queda em relação a 2019 (R$295,2 bilhões). Apesar de o Sudeste concentrar 50,7% dessa massa (R$144,4 bilhões), apenas o Norte e o Nordeste tiveram aumento nesse indicador (3,6% e 1,4%, respectivamente) no período. Sul (-5,7%) e Sudeste (-5,2%) tiveram as maiores quedas.
Enquanto a parcela dos 10% com os maiores rendimentos concentravam 41,6% da massa, os 10% com menores rendimentos detinham 0,9%. Mas o primeiro grupo perdeu participação entre 2019 e 2020 (-1,2 p.p.), enquanto os de menor rendimento variaram positivamente.
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