Índice volta a acelerar em dezembro e registra alta de 0,87%, após variar 0,02% em novembro.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ficou em 0,87% em dezembro, informou nesta quarta-feira (29) a Fundação Getulio Vargas. Com isso, a “inflação do aluguel” fechou 2021 com alta de 17,78%.
Em dezembro de 2020, o índice havia subido 0,96% e acumulou alta de 23,14% no ano passado. Apesar de desacelerar em 2021, o IGP-M registrou a segunda maior alta anual desde 2002, atrás somente do resultado do ano passado. Veja gráfico:
Inflação do aluguel — Foto: Economia g1
O IGP-M é conhecido como ‘inflação do aluguel’ por servir de parâmetro para o reajuste de diversos contratos, como os de locação de imóveis. Além da variação dos preços ao consumidor, o índice também acompanha o custo de produtos primários, matérias-primas, preços no atacado e dos insumos da construção civil.
Desde 2020, o índice tem subido bem acima da inflação oficial do país, medida pelo IPCA. O IBGE divulgou nesta semana que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, fechou o ano em 10,42%, maior valor desde 2015.
O que puxou a alta
Entre os três componentes do IGP-M, a maior pressão de 2021 foi observada nos preços ao produtor, que acumularam elevação de 20,57% no ano, com destaque para as matérias-primas, commodities e produtos industriais.
“Os preços da cana-de-açúcar avançaram 57,13% no ano, enquanto o preço do café subiu 152,35%, no mesmo período”, destacou André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
Em dezembro, as principais pressões de alta vieram dos preços de bovinos (11,69%), refletindo a demanda doméstica e da retomada das exportações e, da aceleração dos preços de safras afetadas por geadas e seca, como café (12,52%) e cana-de-açúcar (2,83%).
Composição do IGP-M
- O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% na composição do IGP-M, subiu 0,95% em dezembro, acumulando avanço de 20,57% em 2021; as maiores pressões no ano vieram dos bens intermediários (38,37%), produtos industriais (22,22%) e produtos agropecuários (16,65%);
- O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, variou 0,84% em dezembro, encerrando no ano alta de 9,32%; a maior pressão veio do grupo transportes (18,84%) em meio à disparada dos combustíveis;
- O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, ficou em 0,30% em dezembro, e fechou 2021 com alta de 14,03%; a maior disparada no ano foram nos custos de materiais, equipamentos e serviços (21,45%).
O resultado do IGP-M no ano ficou acima do esperado. A mediana das estimativas de 23 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data era de que o índice acumulasse alta de 17,57%, com intervalo de projeções de 17% a 17,82%.
Impactos no aluguel
A disparada do IGP-M afeta diretamente famílias que moram de aluguel. Mas os analistas de mercado imobiliário dizem que há sempre espaço para renegociar um aumento menor do valor do contrato diante do atual cenário econômico.
Veja algumas dicas:
- Compare o valor do seu aluguel com o de imóveis vizinhos.
- Reúna documentos que comprovem seu ajuste de renda no período.
- Reforce que você é um bom pagador e cuida do imóvel.
- Se tiver condições, verifique se é possível gerar descontos para pagamento adiantado.
- Apresente outros indexadores para reajuste do aluguel ao proprietário, como o IPCA.
- Sugira um valor de aluguel justo que não comprometa demais a sua renda.
- Mostre como pretende pagar o aluguel proposto em dia por, pelo menos, um ano.
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