Conversas com árabes tiveram início há quase duas semanas e clube carioca é detalhista para que negócio seja lucrativo aos seus moldes. Negociação tem andado muito lentamente
Uma novela que já teve dez capítulos desde a “estreia” e que o Flamengo conduz sem fazer muita questão de ter um final feliz para todos. Já se passaram mais de dez dias desde que o Al Hilal formalizou a primeira proposta por Michael, a negociação teve acerto rápido entre o clube árabe e o jogador, mas o lado rubro-negro dessa história se posiciona como dono da banca e é exigente: ou tem todas as exigências atendidas ou nada feito.
Michael em treino do Flamengo neste início de temporada — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
Ao longo da última semana, a percepção nos bastidores por muitas vezes foi de que o acerto era iminente. Os chamados “pequenos detalhes”, por sua vez, seguem emperrando as conversas que tiveram início na tarde de quinta-feira, 13 de janeiro. O Flamengo exigiu o valor cheio da primeira proposta para avançar nas tratativas e segue impondo cláusulas que retardam a conclusão do negócio.
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A primeira proposta do Al Hilal foi de 8.250 milhões de dólares (R$ 45 mi) à vista por 100% dos direitos econômicos do jogador. O montante já subiu para 8.450 milhões de dólares (R$ 46.1 mi), mas o Flamengo segue aparando arestas para que receba o valor em sua totalidade pelos 80% que detém de Michael e se cerca de cuidados para que tenha garantias do pagamento.
Neste período, o diretor executivo, Bruno Spindel, fez contatos com a diretoria do Goiás para checar se seria viável que o parceiro flexibilizasse no recebimento dos 5% que tem direito para que a negociação andasse e recebeu a resposta de que o contrato seria executado em sua totalidade. A postura gerou um imbróglio que de imediato o Flamengo passou como responsabilidade do Al Hilal: ou aumenta a proposta para cobrir a questão ou nada feito. Há uma semana esse é um dos pontos em debate.
O Goianésia, clube ao qual o Goiás comprou os 5% de Michael em 2020, chegou a notificar o Flamengo cobrando o repasse direto do pagamento em caso de venda alegando não pagamento da dívida. O tema, por sua vez, não interfere no negócio, visto que o clube carioca respondeu que não há objeto de discussão ao ponto que ainda não há negociação concluída.
Michael comemora gol pelo Flamengo no Brasileirão — Foto: André Durão
À distância, Michael acompanha o desenrolar das conversas e segue treinando normalmente sob o comando de Paulo Sousa. Para pessoas próximas, o atacante revelou que a proposta dos árabes é irrecusável e fora do que poderia atingir no futebol brasileiro, mas que não forçará a saída e ficar no Flamengo não é um problema. A proposta árabe para o jogador é de 2.4 milhões de dólares anuais em salários (R$ 13.1 mi) e ele já abriu mão dos 15% que teria direito de imediato pela transação.
Nos últimos dias, pessoas envolvidas nas tratativas pisaram no freio do otimismo. Apesar de admitirem que os entraves são pequenos, o prolongamento da novela indica precaução. As conversas continuam nesta segunda-feira. Já se passaram dez dias, e seguimos contando.
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