Xodó na Seleção, Coutinho foi “cercado” durante recuperação e voltará a ser titular após 471 dias

Acompanhado de perto pela comissão de Tite, meia substituirá Lucas Paquetá contra o Equador

Que Tite é um admirador de Philippe Coutinho não é novidade para ninguém. O meia é o quarto jogador que mais atuou na Seleção sob o comando do treinador (atrás de Marquinhos, Gabriel Jesus e Casemiro) e esteve presente em todas as convocações dele até sofrer uma grave lesão no fim de 2020 – a única exceção foi o amistoso contra a Colômbia, no início de 2017, quando só jogadores que atuavam no Brasil foram chamados.

Porém, não é só Tite que tem Coutinho como xodó na Seleção. O retorno do meia ao grupo foi festejado por funcionários e jogadores, que exaltam o jeito humilde e carismático dele.

Recuperado de grave lesão no joelho esquerdo, o jogador de 29 anos voltará a atuar com a amarelinha nesta quinta-feira, diante do Equador, às 18h (de Brasília), em duelo válido pela 15ª rodada das Eliminatórias. Ele foi o escolhido para substituir Lucas Paquetá, suspenso.

O retorno de Coutinho colocará fim a uma espera de 471 dias. A última vez que o meia atuou pela Seleção foi na vitória sobre o Peru por 4 a 2, em outubro de 2020.

Philippe Coutinho, meia da seleção brasileira, em treino em Quito — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Philippe Coutinho, meia da seleção brasileira, em treino em Quito — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

 

Neste período, o jogador foi “cercado” pela comissão técnica canarinho. Auxiliares de Tite, o preparador físico Fábio Mahseredjian e o médico Rodrigo Lasmar (responsável pela terceira cirurgia à qual ele foi submetido) mantiveram contato frequente com o atleta, a fim de saber das condições físicas dele e também de deixá-lo motivado para voltar à Seleção.

Em dezembro, durante passagem pela Europa, Mahseredjian e o auxiliar Cléber Xavier visitaram Coutinho, à época no Barcelona. Na conversa, deixaram claro que ele seguia no radar da Seleção, mesmo após tanto tempo inativo.

O meia é visto como um jogador acima da média e com características raras entre os brasileiros na atualidade.

Contudo, Coutinho sabia que precisava render mais para ter chances de disputar a sua segunda Copa do Mundo. Vendo que não seria fácil jogar no Barcelona e ciente de que o clube catalão vivia uma temporada de reconstrução, ele passou a estudar uma transferência para outra equipe. Apesar de algumas especulações, voltar ao Brasil nunca foi uma opção que agradava. A oportunidade de defender o Aston Villa e, consequentemente retornar ao Campeonato Inglês, animou o atleta e seu estafe, que rapidamente avançaram nas negociações. Em busca de mais minutos em campo, o meia aceitou receber um salário menor.

Pessoas próximas a Coutinho acreditavam que ele precisava de reconquistar a confiança e o prazer em jogar futebol, algo que poderia ser acelerado com uma mudança de ares.

Tite também deu seu voto de confiança e convocou o jogador antes mesmo de ele estrear pelo Aston Villa.

– Coutinho é um jogador de armação e conclusão importante, que vai retomando seu melhor nível. Ficou sete ou oito meses parado. Está em condição de retornar […] Há uma perspectiva de que ele retome seu desempenho em alto nível – disse o técnico, um dia antes de Coutinho debutar com um gol e participação em outro no empate em 2 a 2 com o Manchester United.

 

Durante os nove meses em que esteve longe dos gramados, o meia viveu momentos difíceis, sobretudo após as cirurgias, quando por vezes precisou de ajuda até mesmo para esticar a perna. Para tentar acelerar a recuperação, ele contou com o auxílio do preparador físico particular, Leonel Villeroy, que vive na Europa, e do fisioterapeuta Renato Valença, que mora no Brasil.

Apesar da ascensão, Coutinho ainda tem números modestos na temporada. Ele disputou 18 partidas, sendo seis como titular, e fez três gols.

No fim de 2021, o meia foi convocado para as partidas contra Colômbia e Argentina, mas não saiu do banco de reservas. A tão aguardada oportunidade virá nesta quinta, no primeiro dos nove jogos que o Brasil disputará até a Copa do Catar.

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