Peritos do INSS fazem paralisação, e segurados no Rio ficam sob chuva sem atendimento

Atendimentos que tinham sido marcados para esta segunda-feira (31) terão de ser reagendados.

Peritos médicos do INSS fazem nesta segunda-feira (31), em todo o Brasil, uma paralisação de 24 horas. A categoria reivindica recomposição salarial e melhores condições de trabalho.

No Rio de Janeiro, segurados que tinham perícia marcada para esta segunda no posto da Praça da Bandeira, um dos maiores da cidade, encontraram portões fechados e um aviso sobre a paralisação, enquanto uma chuva fina caía sobre a Zona Norte.

A direção da unidade avisou que todas as 210 perícias previstas teriam de ser reagendadas.

Segurados do INSS tentam informações sobre remarcação de perícias na Praça da Bandeira — Foto: Reprodução/TV Globo

Segurados do INSS tentam informações sobre remarcação de perícias na Praça da Bandeira — Foto: Reprodução/TV Globo

 

O que reivindicam os peritos

A Associação Nacional dos Médicos Peritos convocou para esta segunda um “Dia Nacional de Advertência” pela valorização da categoria.

Na última terça-feira (25), a entidade enviou um ofício ao Ministério do Trabalho e Previdência informando da mobilização. Segundo o setor, são dois anos de negociações frustradas com o governo federal.

O documento lista a pauta de reivindicações. Entre elas, estão:

  • Recomposição salarial “relativa às perdas inflacionárias de 2019 a 2022, de 19,99%”;
  • Fixação do número máximo de 12 atendimentos presencias como meta diária;
  • Substituição das autoridades da Subsecretaria da Perícia Médica Federal;
  • Promoção imediata de concurso público para a recomposição dos quadros da Carreira, “cuja defasagem chega a 3.000 servidores”;
  • Readequação das Agências da Previdência Social “que foram reabertas de modo precipitado e sem as condições sanitárias adequadas”;
  • Fim da “teleperícia” (Perícia Médica com Uso de Telemedicina ou Teleavaliação).

Atualmente, a Associação congrega mais de 5 mil servidores ativos, aposentados e pensionistas.

Claudimir mostra o agendamento para esta segunda: ele acordou de madrugada e pegou quatro horas de estrada até o posto — Foto: Reprodução/TV Globo

Claudimir mostra o agendamento para esta segunda: ele acordou de madrugada e pegou quatro horas de estrada até o posto — Foto: Reprodução/TV Globo

Segurados acordaram cedo em vão

Claudimir Rodrigues veio de Volta Redonda, no Sul Fluminense, após confirmar sua consulta por telefone duas vezes. “Quase quatro horas para chegar aqui, e agora essa situação… por que não me avisaram? Não viria aqui agora”, reclamou.

A perícia da auxiliar administrativa Fabiane Pereira tinha sido marcada no posto do INSS da Praça da Bandeira para esta segunda em novembro. “Não consegui de novo”, lamentou. Ela contou ainda que depende da ajuda da família para viver.

Sirleide de Lucena, auxiliar de serviços gerais, está cinco anos afastada após um acidente de trabalho. “Eles ficam marcando, cada vez numa agência diferente, e não avisam. Acordei às 5h e me deparo com isso aí”, disse.

A maioria das perícias foi remarcada para 17 de fevereiro.

Cartaz afixado na entrada do posto da INSS da Praça da Bandeira avisa sobre a paralisação dos peritos — Foto: Reprodução/TV Globo

Cartaz afixado na entrada do posto da INSS da Praça da Bandeira avisa sobre a paralisação dos peritos — Foto: Reprodução/TV Globo

O que diz o INSS

Em nota, o INSS informou que, caso o médico perito não esteja presente para realizar o atendimento, a perícia será reagendada pelo próprio INSS para a data mais próxima, “sem que haja prejuízos financeiros para o segurado”.

“O INSS respeita e reforça a importância do trabalho desenvolvido pelos médicos peritos de todo o País e está aberto ao diálogo para tratativas de melhorias. Mas, acima de tudo, o INSS trabalha para que os brasileiros sejam atendidos com responsabilidade, segurança e dentro do prazo adequado para que recebam seus benefícios e direitos”, declarou.

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