
Jornal Hoje traz histórias de pessoas que saíram do país em busca de segurança e tiveram que se despedir de familiares e reencontrar amigos em outros lugares.
A ONU afirmou que mais de 2,3 milhões de pessoas deixaram a Ucrânia desde o começo da invasão, em 24 de fevereiro. A agência de imigração afirma que, desse total, 112 mil não são ucranianos, mas, sim, pessoas de outras nacionalidades. O Jornal Hoje mostra histórias de encontros e despedidas causadas pela guerra no país.
Quando finalmente chegam num país sem guerra, os refugiados costumam descrever uma porção de sentimentos.
A Svitlana traduz: “a viagem é longa e difícil. Levei 25 horas para chegar aqui. Agora eu me sinto segura, mas deixei meu coração para trás, na Ucrânia”.
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Refugiados, a maioria mulheres com crianças, descansam depois de chegar na fronteira com a Polônia — Foto: AP Photo/Visar Kryeziu
A maioria das pessoas que sai da Ucrânia é de mulheres e crianças, que mesmo pequenas, entendem que precisam se despedir dos pais, que devem ficar para lutar.
O principal destino para os que fogem da guerra continua sendo a Polônia. Cerca de 1,3 milhão já entraram no país. Na principal estação de trem polonesa, famílias se reencontram depois de caminhos com muitos perigos.
Anna, que vive na Polônia, esperava a mãe e o filho que estavam na Ucrânia. “Eu amo muito meu filho. Quero muito abraçá-lo”, conta. Antes que a criança pudesse passar as barreiras, Anna agarrou a mão dele.
A avó do garoto conta que a viagem foi dramática. “Teve bombardeio quando estávamos em Kharkiv. Ficamos duas horas parados no trânsito, dirigindo com as janelas fechadas. Foi muito assustador”, desabafa.
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Refugiados fazem fila em Shehyni, perto da fronteira com a Polônia, para deixar a Ucrânia — Foto: Daniel Cole/AP Photo
Quem espera do outro lado da fronteira, também sofre. Dmitri, que mora em Londres, cruzou a Europa até a Romênia, para buscar a sua irmã Natasha, que fugiu de Kharkiv. “Sei que ela está em algum lugar”, diz. Com um binóculo, ele busca algum sinal no posto de controle e depois de um tempo eles se reencontram.
“Deixei meu marido e meus pais para trás. É muito triste. Sei que muitas outras famílias também tiveram que se separar”, conta Natasha.
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