Foram 3.176 óbitos registrados no último mês, contra 202 em março de 2020. Acre foi o único estado a não registrar mortes, e São Paulo teve aumento de 25% nos óbitos em relação a abril.
Teste de Covid-19 voltará a ser realizado na UBS da Penha, em Campos — Foto: Divulgação/Prefeitura
O Brasil registrou, em maio, 3.176 mortes pela Covid-19, o menor número mensal desde o início da pandemia.
Os dados foram apurados pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias de Saúde do país (veja gráfico abaixo).
● Mortes: 32.912
O número visto no mês passado foi ainda menor que o de abril deste ano – que, com 3.691 mortes registradas, tinha, até então, o número mais baixo de óbitos desde março de 2020, quando 202 foram registrados.
Nos estados
O Acre foi o único estado a não registrar nenhuma morte em maio de 2022. Roraima registrou apenas um óbito no mês passado, e o Amazonas, duas.
Já São Paulo registrou 1.061 óbitos – um aumento de 25% em relação a abril, quando 849 mortes haviam sido registradas. O estado também foi o único a registrar mais de mil mortes por Covid em maio; o comitê de saúde estadual voltou a recomendar máscaras em salas de aula, escritórios e cinemas.
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Outros quatro estados tiveram menos de 10 mortes pela Covid-19 no período: Amapá e Tocantins (4 óbitos cada), Maranhão (6) e Sergipe (5).
Alagoas e Piauí registraram 10 mortes cada e a Paraíba, 11. Mais 3 estados tiveram menos de 20 mortes: Espírito Santo e Mato Grosso, com 19 mortes cada, e Rondônia, com 14.
A Bahia registrou 82 mortes e Santa Catarina, 79. Mato Grosso do Sul contabilizou 41 óbitos, o Distrito Federal, 40, e o Rio Grande do Norte, 27.
Alta nos casos, volta das máscaras e subnotificação
Apesar da queda nas mortes, os números têm indicado uma tendência de alta nos casos de Covid-19. A média móvel de novos casos por semana vista no dia 31 foi a maior em dois meses – e 48% maior do que a de duas semanas atrás; também está em alta há cinco dias.
Curva da média móvel de novos casos conhecidos de Covid nas últimas duas semanas — Foto: Editoria de Arte/g1
A epidemiologista Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), afirma que a subnotificação de casos deixou o país “no escuro” quanto à alta.
“A subnotificação deixou a gente no escuro, mas a gente já sabia que estava numa subida [de casos]. Nós estávamos com um crescimento de positividade no teste, que é um indicador; algumas cidades já estavam com 40% a mais de positividade no teste”, lembra a pesquisadora.
“Nós já tínhamos um aumento de média móvel, tanto de casos como de internação. E, também, a gente já estava vendo o aumento daquele Rt [ritmo de contágio]. Então são 3 elementos que indicam que está tendo uma mudança de comportamento da pandemia”, completa Maciel.
A epidemiologista também aponta que, com a implementação da dose de reforço para adolescentes e da quarta dose para idosos e imunossuprimidos, o cálculo da cobertura vacinal do país precisa levar em conta essas doses. E, nesse caso, os índices ainda são insuficientes.
“Tendo todos esses elementos – subnotificação, cobertura vacinal baixa pela dose necessária para a idade e os três elementos que indicam uma mudança de comportamento da pandemia – a gente precisa retomar a máscara em local fechado”, afirma a pesquisadora da Ufes.
O que devemos saber sobre as máscaras PFF2/ N95
Assim como o estado de São Paulo, vários municípios ao redor do país voltaram a recomendar ou obrigar o uso de máscaras em ambientes fechados – principalmente escolas – por causa do aumento nos casos de Covid.
Fora do território paulista, esse é o caso, por exemplo, de Lavras, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, Ijaci e Uberlândia, em Minas Gerais; Guanambi, no sudoeste da Bahia; Curitiba, Maringá e Londrina, no Paraná; e ao menos 5 municípios gaúchos. Em Santa Catarina, o uso da máscara também foi reforçado.
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