Interessados, além de ter a idade adequada, não podem ter comorbidades ou usar medicamento imunossupressor. Após ser inscrever, adolescentes passam por triagem.
Adolescentes de 12 a 17 anos podem ser inscritos para participar de um estudo para ajudar no desenvolvimento de uma vacina contra a chikungunya, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (veja vídeo acima).
O estudo é realizado pelo Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria com entidades como Instituto Autoimune, que está recrutando os voluntários. Todos os inscritos vão passar por uma triagem antes dos testes.
As inscrições dos interessados, que não podem ter comorbidades, acontecem pela internet. Também é possível entrar em contato com os pesquisadores pelo telefone (81) 3416-7967 e pelo WhatsApp (81) 99398-3026.
A vacina foi desenvolvida pela Valneva, indústria farmacêutica da Áustria. Ela utiliza vírus enfraquecidos. Logo que é aplicada, induz o organismo a produzir anticorpos, mas sem provocar a doença.
Em março deste ano, o Butantan anunciou resultados da vacina feitos em testes com voluntários.
Segundo Carlos Brito, um dos responsáveis pelo estudo em Pernambuco, há relatos de mortes em todo mundo provocadas pela chikungunya, além problemas neurológicos e sequelas permanentes. “É uma doença extremamente grave. Por isso, é importante desenvolver uma vacina”, afirmou.
Quem pode participar?
Dose da vacina contra chickungunya que está sendo testada — Foto: Reprodução/TV Globo
Podem participar dos testes adolescentes de 12 a 17 anos que não tenham doenças pré-existentes, as comorbidades. Segundo os pesquisadores, esses jovens não podem ter as seguintes características:
- gestantes, tentando engravidar ou amamentando;
- condição clínica não controlada, instável ou histórico de artrite e artralgia;
- e estar fazendo terapia imunossupressora, como corticoides ou tratamento por radioterapia.
Os voluntários podem fazer parte de grupos distintos: aqueles que já tiveram a doença ou os que nunca contraíram Chikungunya. É preciso preencher o formulário disponível na página da pesquisa.
Aqueles que se enquadrarem nos critérios necessários para receber a vacina serão contatados pela equipe da pesquisa para finalizar o agendamento.
“A gente tem chance agora de juntos trazer para o Brasil uma vacina inédita. Essa é a única vacina no mundo na fase 3, é uma oportunidade unica da gente acabar com a Chikungunya”, disse um dos coordenadores da pesquisa, Raphael Dhalia.
Como funciona o teste?
Vacina contra chikungunya está sendo estudada em Pernambuco
Ao todo, 750 voluntários serão acompanhados durante um ano pelos pesquisadores, em todo o Brasil. Dez centros de pesquisas no país vão testar a vacina para que ela seja submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os pesquisadores explicam que dois terços dos adolescentes vão receber a vacina. Um terço deles tomará placebo, uma substância que não tem efeito. Ao final do estudo, todos aqueles voluntários que tomaram placebo serão vacinados com a vacina da chikungunya.
A expectativa é que o efeito da vacina dure cerca de dez anos. Depois de aprovada, ela será fabricada pelo Butantan.
A vacina foi testada em mais de quatro mil adultos voluntários nos Estados Unidos. Segundo os pesquisadores, 96% dos vacinados produziram anticorpos contra o vírus. Nos EUA, a doença não é endêmica, como no Brasil, onde o vírus circula desde 2014.
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