As fotos foram capturadas por três filtros do observatório e destacam as características do planeta, incluindo sua ‘turbulenta’ Grande Mancha Vermelha, mostrada em detalhes ‘surpreendentes’, segundo a Nasa.
Imagem do planeta Júpiter, capturada pelo supertelescópio James Webb — Foto: NASA, ESA, CSA, Jupiter ERS Team; image processing by Judy Schmidt.
O telescópio espacial internacional James Webb capturou novas fotos de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. As imagens foram divulgadas pela Nasa, a agência espacial norte-americana, na manhã desta segunda-feira (22).
Em julho, a agência espacial tinha divulgado os primeiros registros em infravermelho do planeta, mas desta vez, o enorme astro foi visto por meio de três filtros do telescópio que destacaram suas diferentes faixas de cor.
Nas novas imagens também é possível ver algumas das luas do planeta, seus anéis e a Grande Mancha Vermelha, que aparece como um grande ponto branco circular no canto inferior direito (a mancha é, na verdade, uma tempestade grande o suficiente para engolir a Terra, e aparece em branco na foto por estar refletindo a luz solar).
(VÍDEO: Veja as primeiras fotos divulgadas pelo supertelescópio James Webb.)
As novas fotos surpreenderam os cientistas: “Não esperávamos que fossem tão boas, para ser honesto”, disse o astrônomo planetário Imke de Pater, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley (nos Estados Unidos).
Veja as primeiras fotos divulgadas pelo supertelescópio James Webb.
Júpiter, suas luas e seus anéis, vistos pelo supertelescópio James Webb — Foto: NASA, ESA, CSA, Jupiter ERS Team; image processing by Ricardo Hueso (UPV/EHU) and Judy Schmidt.
Os registros foram produzidos por meio da Near-Infrared Camera (NIRCam) do observatório, que possui três filtros infravermelhos que mostraram os detalhes do planeta. A Nasa explica que, como a luz infravermelha é invisível ao olho humano, cientistas traduziram então esses dados para o espectro visível.
A agência revelou ainda que a responsável por essa tradução foi a jovem cientista Judy Schmidt, que processou esses novos registros de Júpiter junto com outros especialistas.
Schmidt não tem uma formação formal em astronomia, mas nutre de um profundo interessa na área. Há 10 anos, a jovem participou de um concurso da ESA (a Agência Espacial Europeia) que despertou sua paixão “insaciável” pelo processamento de imagens.
A jovem cientista Judy Schmidt e um exemplo do seu trabalho com o processamento de imagens astronômicas. — Foto: NASA/Divulgação
Desde o concurso da ESA, ela tem trabalhado com o processamento de imagens do “primo mais velho do Webb”, o telescópio Hubble (a imagem acima mostra uma nebulosa planetária capturada pelo satélite), e em outros dados de observatórios espaciais como uma espécie de hobby.
“Algo sobre isso ficou comigo, e eu não consigo parar desde então”, afirmou a jovem em um comunicado. “Eu poderia passar horas e horas todos os dias [trabalhando com isso]”.
Segundo a Nasa, as observações do Webb sobre Júpiter darão aos astrônomos ainda mais pistas sobre o gigante gasoso.
“É realmente incrível que possamos ver detalhes de Júpiter , como seus anéis, seus pequenos satélites e até umas galáxias em uma única imagem”, acrescentou Pater.
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