Marca alemã rescindiu o contrato com o rapper por causa de comentários antissemitas. Parcerias com a Gap e Balenciaga também foram rompidas.
O rapper Kanye West deixou de ser um bilionário, segundo a revista “Forbes”, com o fim do contrato com a Adidas. Nesta terça-feira (25), a marca alemã informou o fim da parceria com o rapper devido aos seus comentários antissemitas.
De acordo com a publicação, este contrato corresponde a cerca de US$ 1,5 bilhão (quase R$ 9 bilhões na conversão direta) do patrimônio líquido do cantor, que seria agora de US$ 400 milhões (pouco mais de R$ 2 bilhões).
Kanye, que responde pelo nome Ye, já tinha encerrado em setembro a parceria com a Gap, feita em 2020 com o prazo para durar dez anos. Ele também foi demitido da Balenciaga pelos comentários antissemitas.
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Kanye West usa boné com frase símbolo da campanha de Trump durante encontro com presidente dos EUA no Salão Oval da Casa Branca — Foto: AP Photo/Evan Vucci
No dia 17 de outubro, durante o podcast Drink Champs, o rapper disse que poderia fazer comentários antissemitas se quisesse e a Adidas não poderia deixá-lo. Já na terça-feira (25), a marca alemã enviou um comunicado em que informava o fim “imediato” da parceria.
“A Adidas não tolera antissemitismo e qualquer outro tipo de discurso de ódio. Os comentários e ações recentes de Ye foram inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam os valores da empresa de diversidade e inclusão, respeito mútuo e justiça”, diz o comunicado da empresa.
Segundo a marca, a curto prazo, o impacto negativo para a empresa seria de 250 milhões de euros, já que este fim de ano é considerado alta temporada para as vendas.
De acordo com a “Forbes”, para Ye, isso significou a saída da lista de bilionários. O valor de US$ 1,5 bilhão com a Adidas, segundo a publicação, foi calculado a partir dos múltiplos ganhos anuais do artista. A Forbes considerou, com base em entrevistas com especialistas do setor, os royalties que Ye recebeu da Adidas semelhantes aos royalties de catálogos de música.
Sem a Adidas, diz a publicação, Ye passa a valer US$ 400 milhões. Este restante vem de outras fontes, como imóveis, o catálogo de música e a participação de 5% da empresa com a ex-mulher, Kim Kardashian, Skims.
Quando entrou para a lista da Forbes, em 2020, Kanye declarou que a publicação “não sabia contar”. De acordo com o levantamento da revista, ele valeria cerca de US$ 1 bilhão. O rapper respondeu com uma mensagem na época dizendo que tinha, na verdade, US$ 3,3 bilhões.
Kanye West discursa em vídeo de campanha à presidência dos EUA — Foto: Reprodução/Twitter/kanyewest
Para 2022, Ye chegou a enviar documentos à publicação em que alegava que a parceria com a Adidas valia US$ 4,3 bilhões. A reportagem diz que ele também não recebeu bem a notícia de que, no final das contas, faturaria US$ 2 bilhões.
Outras empresas também cortaram os laços com o músico. Segundo a agência de notícias Reuters, a agência de talentos CAA, gigante do mercado, dispensou o artista em setembro depois de quase dez anos de parceria.
A produtora MCR informou ainda na terça-feira (25) que não vai mais exibir o documentário sobre Kanye. “Não podemos oferecer suporte a nenhum conteúdo que amplifique sua plataforma”, disse a empresa em comunicado.
Por fim, segundo a Reuters, o CEO da agência de talentos Endeavor, Ari Emanuel, disse que empresas que ganham dinheiro com Ye, como Spotify e Apple, também deveriam deixar o rapper.
Na última semana, segundo a Reuters, a empresa Parlement Technologies, responsável pelo aplicativo e rede social Parler, afirmou que será adquirida pelo rapper.
Parler é um aplicativo popular entre o público conservador e se denomina como “a rede social da liberdade de expressão”. A companhia informou, ainda, que a expectativa é de que o negócio seja concluído no quarto trimestre de 2022, mas o valor da aquisição não foi revelado.
Segundo Ye, a compra da Parler vem como resposta ao suposto boicote que ele vem sofrendo das grandes empresas de tecnologia.
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