Integrantes da campanha avaliam que o tom da ‘ala radical’ prevaleceu sobre as estratégias defendidas pela ala política. Bolsonaro recebeu 58,2 milhões de votos, e Lula, 60,3 milhões.
Presidente Jair Bolsonaro neste domingo (31), no local onde votou no Rio de Janeiro — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes
Concluída a apuração dos votos neste domingo (30) e confirmada a eleição de Lula (PT) como novo presidente do Brasil, integrantes da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) passaram a apontar culpados pela derrota. E chegaram à conclusão de que a “digital” de Bolsonaro está presente no resultado.
Na condição de anonimato, esses integrantes também avaliaram à GloboNews que o tom defendido pela “ala radical” prevaleceu sobre as estratégias pensadas pela ala política, o que levou Bolsonaro a cometer “sucessivos erros”, que o afastaram dos eleitores vistos como moderados.
Conforme a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Lula recebeu 60,3 milhões de votos (50,9%), enquanto Bolsonaro obteve 58,2 milhões de votos (49,1%).
A vitória de Lula representa a maior quantidade de votos recebida por um candidato desde a redemocratização.
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Avaliação do comitê de campanha
Entre os “erros” vistos pelos integrantes da campanha, está o episódio em que Bolsonaro disse que “pintou um clima” com adolescentes venezuelanas.
No entanto, para esses mesmos integrantes, outros dois episódios foram os “definidores” do que chamaram de “trapalhadas da campanha”:
- o episódio em que o ex-deputado Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro, atirou em policiais federais;
- a determinação de Bolsonaro para que o ministro da Justiça fosse ao encontro de Jefferson;
- o episódio em que a campanha de Bolsonaro acionou o TSE alegando que rádios estariam deixando de exibir as inserções do candidato à reeleição – o ministro Alexandre de Moraes rejeitou a ação por falta de provas.
Um dos integrantes da campanha resumiu: “As trapalhadas dos ‘Fábios’ [Faria, ministro das comunicações; e Wajgarten, integrante da campanha] foram tão visíveis que as rádios desmentiram, o TSE também [desmentiu] e de forma clara. O Fábio Faria teve que voltar atrás”, disse.
Na parte “matemática”, da contagem do esforço pelos apoios, a campanha avaliou que falhou em Minas Gerais em São Paulo, que os aliados não conseguiram angariar os votos prometidos e que a campanha do PT se esforçou mais e teve estratégias mais efetivas.
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