Ação da PF sobre atos antidemocráticos mirou 3 grupos e usou rede de inteligência; entenda

Operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ao todo, foram autorizados mais de 100 mandados de prisão, busca e apreensão contra investigados.

operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (15) contra organizadores de atos antidemocráticos mirou três grupos e usou informações obtidas por uma rede de inteligência formada por órgãos estaduais como Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal (veja mais no vídeo acima).

A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e está relacionada às investigações sobre atos golpistas e contra o resultado das eleições. Os alvos da operação são apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O STF recebeu informações sobre suspeitos de organizar e financiar atos pela abolição do Estado democrático de Direito e outros crimes. Ao todo, foram autorizados 103 mandados de prisão, busca e apreensão em oito estados (AC, AM, ES, MT, MS, PR, RO e SC) e no Distrito Federal.

 

Nesta reportagem, são apresentadas respostas às seguintes questões:

 

Quais são os grupos na mira da PF?

A rede de inteligência identificou patrocinadores de manifestações, de financiadores de estruturas para acampamentos, arrecadadores de recursos, lideranças de protestos e mobilizadores de ações antidemocráticas em redes sociais, além de donos de caminhões e veículos que participaram de bloqueios.

Os grupos na mira da PF foram divididos da seguinte maneira:

  • líderes, organizadores, financiadores e fornecedores de apoio logístico e estrutural;
  • proprietários e condutores de caminhões de diversas subcategorias que participaram das manifestações e atos antidemocráticos e foram autuados pela prática de infrações de trânsito de natureza grave ou gravíssima;
  • e proprietários e condutores de veículos empregados para prestar apoio, auxílio logístico ou estrutural aos referidos atos, como transporte de pneus a serem queimados, estrutura para barracas, transporte de banheiros químicos, dentre outros.
 

Quem são os alvos da operação contra bolsonaristas radicais?

Os nomes de todos os alvos da operação não haviam sido divulgados até a última atualização desta reportagem.

No Espírito Santo, dois dos alvos são deputados estaduais no estado: Carlos Von (DC-ES) e Capitão Assunção (PL-ES). O ministro Alexandre de Moraes determinou que ambos passem a usar tornozeleira eletrônica e proibiu que usem redes sociais, deem entrevistas ou participem de eventos sociais, sob pena de multa diária de R$ 20 mil.

Também no ES, foram emitidos quatro mandados de prisão. Até a última atualização desta reportagem, havia sido cumprido apenas um deles: contra o jornalista Jackson Rangel. Também tiveram a prisão determinada o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos), eleito presidente da Câmara da cidade a partir de 2023, o pastor Fabiano Vieira e o radialista Max Pitangui.

No Mato Grosso, Rafael Yonekubo, Analady Carceiro e Adaviso Azevedo da Silva foram à delegacia para prestar depoimento.

No Mato Grosso do Sul, foram alvos de mandados de busca e apreensão a influenciadora Juliana Gaioso Pontes, a médica Sirlei Faustino Ratier e o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos. Os três são suspeitos de organizar atos antidemocráticos.

 

Quais são os crimes apurados?

Os envolvidos são investigados pelos seguintes crimes

  • abolição violenta do Estado democrático de Direito;
  • contra a honra;
  • incitação ao crime;
  • e tentativa de golpe de Estado.

Que outras medidas foram autorizadas pelo STF?

Também foram determinadas pelo Supremo:

  • apreensão de passaportes;
  • suspensão registro de Colecionadores, Atiradores desportivos e Caçadores (CACs);
  • e bloqueios de 168 perfis em redes sociais de suspeitos de organizar e financiar atos antidemocráticos.
 

Quais são as investigações adicionais sobre o caso?

Nos estados do Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, foi apurada insistência no bloqueio de rodovias e abuso reiterado do direito de reunião mesmo após proibição do STF.

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