Animação gráfica mostra como era o rosto de Zuzu, um dos primeiros habitantes do Brasil

Novas descobertas e um cuidadoso trabalho de animação gráfica revelam como era a face de um dos habitantes mais antigos do Brasil, reforçando indícios da origem do nosso povo.

Um estudo arqueológico iniciado 25 anos atrás, somado a um minucioso trabalho de animação gráfica, está revelando a face de uma das primeiras pessoas a ter habitado o BrasilZuzu teve o rosto “conhecido” através do trabalho de um design gráfico, que mostrou até a possível origem dos primeiros habitantes do nosso país.

O designer Cícero Moraes esteve à frente da empreitada de dar forma ao rosto de Zuzu. E a missão não era fácil – isso porque ainda não se sabe, no entanto, se Zuzu se tratava de um homem ou mulher.

“Ainda tem algumas coisas não respondidas, no contexto geral leva-se em consideração que é um homem, mas pode não ter sido”, explica o designer Cícero Moraes.

Cícero Moraes reconstrói faces virtualmente — Foto: Reprodução

Cícero Moraes reconstrói faces virtualmente — Foto: Reprodução

A história de Zuzu começou a ser contada em 1997, quando pesquisadores encontraram no Parque Nacional da Serra das Capivaras – onde existem mais de 1.000 sítios arqueológicos no coração da caatinga do Piauí – partes de um crânio de um indivíduo que integrou um grupo de paleoíndios.

O crânio de Zuzu, um dos primeiros indivíduos a habitar o nosso país — Foto: Reprodução

O crânio de Zuzu, um dos primeiros indivíduos a habitar o nosso país — Foto: Reprodução

Foi descoberto que o crânio encontrado pela equipe da pesquisadora Niède Guidon no final dos anos 1990 era de um indivíduo que viveu 10 mil anos atrás. Nomeado de Zuzu, o crânio passou a ser exibido em um dos museus do parque, e teve a sua história estudada a partir dos fragmentos encontrados e das pinturas feitas nas rochas da região.

“(Eram) Caçadores coletores, que foram os primeiros que habitaram o território brasileiro. É um esqueleto muito especial, porque essa conservação de esqueletos antigos é muito difícil principalmente em um clima tropical como o nosso”, diz o arqueólogo Moacir Elias Santos.

O arqueólogo Moacir Elias Santos — Foto: Reprodução

O arqueólogo Moacir Elias Santos — Foto: Reprodução

Muitos anos depois da descoberta, a história de Zuzu começou a mudar. Em 2019, um arqueólogo começou a tirar fotos do crânio exposto no museu. E a partir destas fotos, Cícero, que é especialista em reconstrução facial, começou a fazer uma busca em seu banco de dados para encontrar um crânio que fosse semelhante ao de Zuzu, por aproximação física dos traços do rosto.

“Nós temos no nosso banco de dados muitos crânios de pessoas vivas junto com o tecido mole, que seria a face, a grosso modo. E fizemos uma busca para achar o crânio que era mais compatível o Zuzu. Fizemos pequenas deformações nesse crânio para chegar à aparência que podia ser a do Zuzu”, explica Cícero.

Após muito trabalho, descobriu-se que Zuzu teria idade próxima a 40 anos, e origem asiática. Estima-se que em uma época anterior a de Zuzu, , muitos indivíduos se dirigiram da Mongólia na direção das Américas, sendo possivelmente essa a origem dos primeiros brasileiros a habitarem o que é hoje o território nacional.

Traços que são conservados inclusive entre os grupos indígenas atuais. Se a gente observar bem, as nossas populações indígenas são muito parecidas com populações que nós tínhamos no México, no território onde hoje é os Estados Unidos”, explica Moacir.

Veja a reportagem completa no vídeo acima.

O trabalho de reconstrução facial que deu cara a Zuzu — Foto: Reprodução

O trabalho de reconstrução facial que deu cara a Zuzu — Foto: Reprodução

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*